quarta-feira, 23 de maio de 2012

" Pais e Filhos "

Esta semana estive no hospital Santa Maria para uma consulta de rotina.
Enquanto esperava, ia vendo o que se passava à minha volta, e fiquei admirado com a enorme quantidade de "Pais e Filhos" que havia naquele hospital, e principalmente como eram tratados..... e, em casa, como seria o relacionamento?
Pais esforçados, para tentarem acompanhar o passo dos filhos... respostas impacientes....muita pressa
Deixo-vos um texto que não é meu mas, que se enquadra nas várias situações que presenciei.



"Talvez a mais rica, forte e profunda experiência da caminhada hunana seja a de ter um filho.

Ser pai ou ser mãe é provar os limites que constituem o sal e o mel do acto de amar alguém.

Quando nascem, os filhos comovem por sua fragilidade, seus imensos olhos, sua inocência e graça.

Eles chegam à nossa vida com promessas de amor incondicional.
Dependem do nosso amor, dos cuidados que temos.

E retribuem com gestos que enternecem.
Mas os anos passam e os filhos crescem.

Escolhem seus próprios caminhos, parceiros e profissões.
Trilham novos caminhos, afastam-se da matriz.
O tempo se encarrega da formação de novas famílias. Os netos nascem.

ENVELHECEMOS

E então algo começa a mudar.
Os filhos já não têm pelos pais aquela atitude de antes.
Parece que agora só os ouvem para fazerem críticas, reclamarem e apontarem-lhes falhas.
Já não brilha mais nos olhos deles aquela admiração da infância.
E isso é uma dor imensa para os pais.
Por mais que disfarcem, todo pai e mãe, percebem as mínimas faíscas no olho de um filho.
Apenas passaram-se alguns anos e parece que foram esquecidos, os cuidados e a sabedoria que antes era referência para tudo na vida.
Aos poucos, a atitude dos filhos se torna cada vez mais impertinente.
Praticamente não ouvem mais os conselhos.
A cada dia demonstram mais impaciência.
Acham que os pais têm opiniões superadas, antigas.
Pior é quando implicam com as manias, os hábitos antigos, as velhas músicas.
E tentam fazer os velhos pais adaptarem-se aos novos tempos, aos novos costumes.
Quanto mais envelhecem os pais, mais os filhos assumem o controle.
Quando eles estão bem idosos, já não dicidem o que querem fazer ou que desejam comer e beber.
Raramente são ouvidos quando tentam fazer algo diferente.
Passeios, comida, roupas, médicos, tudo, passa a ser dicidido pelos filhos.
E, no entanto, os pais são apenas idosos. Mas continuam em plena posse da mente.
Por que então desrespeitá-los?
Por que tratá-los como se fossem inúteis ou crianças sem discernimento?
E, no entanto, no fundo daqueles olhos cercados de rugas, há tanto amor.
Naquelas mãos trêmulas há sempre um gesto que abençoa e acaricia.
A cada dia que nasce, lembre-se, está mais perto o dia da separação.
Um dia, o velho pai já não estará aqui.
O cheiro familiar da mãe estará ausente.
As roupas favoritas para sempre dobradas em cima da cama.
Os chinelos em um canto qualquer da casa.
Então, valorize o tempo de agora com os pais idosos.
Paciência com eles quando se recusam a tomar os remédios, quando falam interminavelmente sobre doenças, quando se queixam de tudo.
Abrace-os apenas, enxugue as lágrimas deles ouça as histórias, mesmo que sejam repetidas, e dê-lhes atenção, afeto.... "
(autor desconhecido)





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