No passado dia 15 Outubro na RTP,
Linha da Frente, a reportagem foi sobre a nossa escola em Portugal e a escola
na Finlândia.
Adorei, se eu tivesse tido um ensino
daqueles, provavelmente teria sido mais fácil, para mim, ou para os nossos
filhos.
Se eu tivesse aprendido com pedrinhas
ou bonequinhos, as aulas de matemática não teriam sido tão difíceis.
Se eu tivesse tido aulas de biologia
na rua em contacto com a natureza, teria gostado muito mais. Apesar de gostar
muito de Ciências da Natureza. Era a minha praia.
A escola sempre foi muito difícil,
para mim… tinha dificuldade em aprender, decorar, até, em me relacionar com as
outras colegas, sentia-me à parte… sentia-me burra… afinal era dislexia…será
que algum dos professores daquele tempo teria ouvido ou sabia do que se
tratava?
Lembro-me de andar debaixo das
carteiras a fugir, a tentar escapar de uma vara, compridíssima, que chegava a
todo o lado… os puxões de orelhas com unhas cravadas, e as reguadas lembram se
delas? Como podíamos gostar da escola, se sabíamos, que todos os dias, havia
agressão?
Isto passou-se em Odivelas, não foi
na aldeia, onde dizem que as pessoas são mais rudes. Mas têm mais sensibilidade…
Foi assim que educaram a minha
geração, e, não ficou por ali, porque a geração da minha filha, também não foi
melhor. Admiram-se hoje, de casos de alunos, que agridem professores, mas
quando foi ao contrário, ninguém se importou, tínhamos de comer e calar. Era o
Sr.º ou Srª Professora. Ponto final.
Não concordo com as agressões na
escola, seja entre aluno/professor professor/aluno ou entre colegas, deveria
ser um local calmo, afinal estão ali para aprender.
Na Finlândia, servem chá ( feito
pelos alunos ) à chegada. Enquanto bebem chá conversam, descalços,
descontraídos, cantam todos os dias, nem dava para acreditar que, estavam numa
escola.
Também gostava de ter tido uma escola
assim. Não estou a falar da arquitetura, mas sim do próprio ensino. Creio que
as nossas crianças também iriam gostar.
Aqui os professores não conseguem
ensinar, porque as crianças e os adolescentes, estão desmotivados, acham a
escola muito chata, uma seca como diz o meu neto. Por isso mandam para casa os
TPC, para obrigar os pais a fazerem aquilo, que eles não conseguem e, lhes
pagamos para o fazer.
Obrigam os pais a descascar batatas,
e, ensinarem os TPC. Será possível que um dia inteiro na escola não chega? A
família não poderia ocupar o serão com outras ocupações mais divertidas e
frutíferas?
Curiosamente a SIC no dia seguinte,
dia 16 Outubro fez uma reportagem sobre as nossas crianças. Penso que o título
era “Os adultos não sabem nada”. É verdade a proteção que estamos a dar às
nossas crianças, está a prejudicá-las. Passam o dia enjaulados… na escola, em
casa, tempos livres, judo, ballet, piano, etc.
Para os manter ocupados, não têm
tempo para parar, e, não fazer nada… nem sabem o que isso é, infelizmente… até
para nós adultos, faz falta não fazer nada…
Estamos a criar uma geração sem
iniciativa, sem escolha, é só obrigações, regras… que seca.
Esta reportagem, foi ao encontro da
outra, porque falava em descontração, liberdade no campo para poder explorar,
conversar, rir, tomar chá descontraidamente.
Quanto mais tempo, temos de esperar,
para uma mudança, no nosso ensino? Não falando na despesa… afinal somos um país
pobre, remediado, e fica-nos tão caro trazer as nossas crianças na escola. Na
Finlândia custo Zero… com os ordenados que eles têm até parece em outro
planeta. Nós com o que ganhamos temos que pagar tudo… incrível… só noutro
planeta mesmo…
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