A Leoa
Não há quem
a emoção não dobre e vença, lendo o episódio da leoa brava que, sedenta e
famélica, bramava, vagando pelas ruas de Florença.
Foge a
população espavorida, e na cidade deplorável e erma topa a leoa, quase sem
vida, uma infeliz mulher débil e enferma.
Em frente à
fera no estupor do assombro, não já por si tremia, ela, a mesquinha, porém
porque era mãe, e o peso tinha sempre caro p’ras mães, de um filho ao ombro.
Cegava-a o
pranto, enrouquecia-a o choro, desvairava-a o pavor! ... e entanto, o lindo e
terno infante, pequenino e louro, plácido estava nos seus braços rindo.
E o olhar
desfeito em pérolas celestes crava a mãe no animal, que pára e hesita àquele
olhar de súplica infinita, que é só próprio das mães em transes desses.
Mas a leoa,
como se entendesse o amor da mãe, incólume deixou-a…
É que esse
amor até nas feras vê-se…
E é que era
mãe talvez essa leoa.
(Iniciação
espírita)
Aqui vai encontrar poema para o Dia da Mãe:
https://allissonecompanhia.blogspot.pt/2012/05/dia-da-mae.html
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